"Minha homenagem a Dona Eulália, uma das personalidades cuiabanas mais célebres do Estado de Mato-grosso"
Dona Eulália contava que após ver uma tia preparar os bolinhos que se interessou pela culinária, em 1956, mas que começou a testar a sua receita dois anos depois.
“Na época pedi para o meu marido, que era pedreiro, construir um forno para mim com a intenção de vendê-los e ajudar na renda em casa”.
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O negócio deu tão certo que logo Dona Eulália tinha uns seis “meninos” que vendiam pra ela em portas de escolas, mais tarder foi convidada para participar da Festa de São Benedito e, a partir daí, não parou mais.
Apareceu no Fantástico, na Ana Maria Braga, na revista Veja, até na Copa, em 2014, lotou de estrangeiros, e todos aprovaram os seus quitutes.
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Entre os clientes que aparecem toda semana estão políticos, empresários, vizinhos, artistas e caravanas de alunos, que aproveitam para aprender um pouco mais sobre a cultura cuiabana.
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O salão não tem fachada e a porta de entrada fica num corredor, mas ninguém erra o caminho, desde que se deixe levar pelo nariz. O aroma que escapa daquele endereço no Baú, onde se ergue uma casa de arquitetura tipicamente cuiabana, é irresistível.
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Quis dar esse breve relato para ilustrar a trajetória da Dona Eulália, justificando, tamanho vazio deixado por ela em sua partida.
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Eu tive o privilégio em conviver com Dona Eulália e toda sua família, pois, tive um relacionamento com uma de suas netas por quatro anos e consegui aproveitar tudo que pude, principalmente por estar ao lado de uma mulher tão cheia de luz como ela é, e como todos, sinto uma saudade muito grande de tudo que vivi ao seu lado.
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No salão principal, do "Eulália e Família", que todos conhecem, poucos metros das fornalhas que fizeram sua fama pelos tradicionais bolos de arroz e de queijo, Dona Eulália apresentava uma exposição que celebrava sua trajetória.
O preparo artesanal dos bolinhos – uma de suas marcas registradas – era visível em cada detalhe, assim como o sorriso inesquecível que encantava a todos.
Entre suas histórias, ela narrava com orgulho a cicatriz no joelho, símbolo do trabalho árduo que a transformou em um ícone da cuiabania.
Uma mulher simples e determinada que se tornou parte viva da história de Cuiabá.
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“Felicidade para mim é a fé que tenho até hoje. É poder rezar todos os dias e ver que tudo que eu recebo é pela graça de Deus. Agradeço todos os dias a união da minha família, os fregueses que eu tenho, tudo. Eu não esperava que ia dar tão certo até hoje”.
Palavras da Sra Eulália da Silva Soares, a querida, Dona Eulália.
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Dona Eulália era viúva do seu eterno companheiro, Seu Eurico Avelino Soares, com quem eu, também tive a oportunidade de conviver e que, infelizmente, nos deixou no dia 31 de março de 2017.
Fica o seu rico e impecável legado, juntamente com seus 8 filhos, 22 netos, 34 bisnetos e uma tataraneta, além de muita saudade.
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Descanse em paz, Dona Eulália.
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